top of page

Resenha - A Guerra que Salvou a Minha Vida - Kimberly Brubaker Bradley

"O som do cesto de carvão acordou a Susan. Observei com cautela enquanto ela abria os olhos e tomava consciência de onde estava. Ela me viu e também sorriu.

Sorriu.

-Bom dia, Ada. Feliz Natal."

 

Como seria se você estivesse trancado em casa sem sair uma única vez porta a fora até seus dez anos de idade?

Pois essa é a vida de Ada, uma menina que nasceu com uma deformidade no pé e sua mãe a desprezava e a maltratava constantemente.

Até que um dia a guerra chegou e com ela uma oportunidade de mudar sua vida, eu sei que uma guerra representa coisas terríveis na vida de muitas pessoas, para Ada e para seu pequeno irmão, a guerra trouxe uma chance de escapar da realidade terrível em que eles se encontravam.

 


 

De repente, em uma explosão de coragem a pequena criança junta força e determinação, pega um ônibus e um trem seguindo para um lugar afastado do grande centro de Londres.

 

 

A história de Ada se cruza com a história de um pequeno vilarejo e seus habitantes, principalmente de Susan, uma senhora com muitas cicatrizes emocionais que de tempos em tempos insistem em abrir e voltar a pulsar dolorosamente.

 
 

A essência do livro e de todo ambiente criado por Kimberly é mostrar justamente outro recorte desse período tão assombroso da humanidade, a ideia, me pareceu interessante, pois em meio a toda balbúrdia da Segunda Guerra, existiram muitas outras histórias, muitas pessoas estavam dentro de seus universos pessoais travando suas próprias guerras.

 

 

O contexto histórico foi muito bem explorado, a ambientação casou muito bem com o pano de fundo. A guerra que salvou a minha vida é um livro que estimula os sentidos, nos leva para dentro dos dilemas de Ada, por mais simples que nos pareçam, ela nos toca ao ponto de nos fazer compreender as coisas pelas quais ela teme. A inocência da protagonista tem um contraste gritante com seus momentos de perspicácia, aqui a guerra vista pelos olhos de uma criança que já vive as perdas de sua guerra pessoal desde que nascera.

 

 

A edição é bem fofa, a capa é cheia de retalhos e botões, uma escolha bem legal, remete bastante à ideia central do livro que é justamente o entrelaçamento de várias histórias em meio ao caos. Capa dura (marca registrada da editora Darkside), é relevante dizer que esse livro pertence à linha de livros nominadas Darklove, que é designada para escritoras assim como A Menina Submersa, já resenhada por aqui.

 

 

 

Para ler junto:


Destaque
Tags
Nenhum tag.
bottom of page