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Paraná Preto - Resenha

O que você sabe sobre a população negra da sua cidade? Tem conhecimento de algum Movimento Negro da sua região? Historicamente falando, o que você aprendeu sobre a escravidão, sobre a contribuição cultural, econômica e política dos negros no Brasil?

Pois é, esses sãos questionamentos extremamente pertinentes para quem quer abrir a boca para falar sobre racismo, sistemas de cotas, população quilombola, lutas de minorias e uma diversidade de outras pautas que muita gente gosta de debater e dar opinião, porém, muitas vezes, não conhecem o mínimo necessário para tal e o que vemos são comentários e atitudes embasadas no preconceito, ignorância e desinformação.

Comecei a ler Paraná Preto com a intenção de criar uma aproximação da vivência dessa população tão invisibilizada no contexto nacional, sendo que aqui no Sul do país, onde prevaleceu a colonização por povos europeus, essa invisibilidade se torna mais profunda. O livro trata de desconstruir a imagem que se tem do negro sempre atrelada à escravidão, com retratos do dia a dia, as histórias vão mostrando em todos os setores da sociedade as contribuições da população negra paranaense.

 

As jornalistas Aline Reis e Maria Carolina Scherner começam traçando um panorama histórico com verdades nem sempre contadas nos livros didáticos e ainda abordam os dados da escravidão, como por exemplo, em 1866 os registros da escravidão no estado do Paraná mostravam que 12% da população era de escravos.

O livro traz entrevistas com líderes do Movimento Negro, mulheres que se reúnem para fazer artesanato e cultivar laços, educadores, policiais militares, jovens e idosos que contam com sua colcha de retalhos o que viram e viveram sendo quem são e falando do lugar social que estão.


 

Nessa leitura muitas vezes senti minha voz na voz dos entrevistados, mas na grande maioria das vezes eu ocupei meu lugar de escuta, meu lugar de Outro e a conversa foi um aprendizado.

Recomendo fortemente pra quem tem vontade de aprender sobre si mesmo e sobre o outro, sobre quem somos enquanto país e o quanto nossa história passada ainda se faz presente, mas mais do que isso, essas linhas nos mostram o que sempre esteve à nossa volta e por algum motivo, não se via. São experiências, vidas diversas, alegrias e tristezas de pessoas que buscam o mesmo que eu e você, espaço pra viver livre e feliz.


Nota: 5/5

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